O Brasil vive um momento de incerteza e polarização política, que se reflete na economia e na sociedade. O país enfrenta desafios como a inflação, o desemprego, a fome, a pandemia e a crise fiscal, que exigem soluções urgentes e eficazes. Neste artigo, vamos analisar como está a situação política do Brasil atualmente e quais são as perspectivas para 2023, ano em que teremos uma nova eleição presidencial.
O cenário eleitoral
As pesquisas de intenção de voto apontam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o favorito para vencer as eleições de 2023, com cerca de 50% das preferências, seguido pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL), com cerca de 30%. Os demais candidatos, como Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), aparecem com menos de 10% cada.
Lula foi beneficiado pela anulação das condenações que o impediam de disputar o pleito, em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que gerou controvérsia jurídica e política. O petista também se aproveitou da queda de popularidade de Bolsonaro, que enfrenta críticas pela gestão da pandemia, pela alta dos preços e pela instabilidade institucional.
Bolsonaro, por sua vez, tenta se manter no poder com o apoio de sua base mais fiel, formada por evangélicos, militares, ruralistas e defensores da pauta conservadora. O presidente também busca ampliar sua aliança com partidos do centrão, que lhe garantem sustentação no Congresso Nacional. Além disso, Bolsonaro aposta na recuperação econômica e na distribuição de benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.
Os demais candidatos tentam se apresentar como uma terceira via, capaz de superar a polarização entre Lula e Bolsonaro. No entanto, eles enfrentam dificuldades para se consolidar como alternativas viáveis e para formar alianças entre si ou com outras forças políticas.
Os principais desafios econômicos
O Brasil que o próximo presidente vai herdar em 2023 é um país com problemas econômicos graves, que se agravaram com a pandemia. Segundo as projeções do mercado financeiro, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer apenas 0,63% em 2023, após uma expansão de 2,76% em 2022. Isso significa que o Brasil vai crescer menos do que a média mundial e menos do que outros países da América Latina.
A inflação é outro problema que afeta o bolso dos brasileiros. A expectativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2022 em 8%, bem acima do teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 5,25%. Para 2023, a projeção é de uma inflação de 4%, ainda acima do centro da meta, que é de 3%. A alta dos preços é causada por fatores como a escassez de energia elétrica, a alta do dólar, a elevação dos custos dos alimentos e dos combustíveis e a demanda reprimida pela pandemia.
O desemprego é outra questão que preocupa os brasileiros. A taxa de desocupação está em 14%, o que significa que há cerca de 14 milhões de pessoas sem trabalho no país. Além disso, há um contingente de subutilizados, que são aqueles que trabalham menos horas do que gostariam ou que desistiram de procurar emprego. A recuperação do mercado de trabalho tem sido lenta e depende da retomada da atividade econômica e da vacinação contra a covid-19.
A crise fiscal é outro desafio que o próximo governo terá que enfrentar. O Brasil tem um déficit nas contas públicas, ou seja, gasta mais do que arrecada. Isso faz com que o país tenha que se endividar para pagar suas despesas. A dívida pública bruta está em cerca de 90% do PIB, um patamar elevado para os padrões internacionais. O governo tem dificuldade para cumprir o teto de gastos, que é uma regra que limita o aumento das despesas à inflação do ano anterior. Além disso, o governo tem que lidar com as pressões por mais gastos sociais, como o Auxílio Brasil, e com as demandas por investimentos em infraestrutura, saúde e educação.
As perspectivas para o futuro
O futuro do Brasil depende de como o próximo presidente vai lidar com os desafios econômicos e políticos que o país enfrenta. Será preciso promover reformas estruturais que melhorem a eficiência e a equidade do sistema tributário, que reduzam a burocracia e os entraves ao empreendedorismo, que estimulem a inovação e a produtividade, que fortaleçam as instituições e a democracia, que garantam a sustentabilidade ambiental e social e que ampliem a inserção internacional do país.
Também será preciso buscar o diálogo e o consenso entre os diferentes atores políticos, econômicos e sociais, para superar a polarização e a radicalização que marcam o cenário atual. Será preciso respeitar a Constituição, as leis e as normas democráticas, para evitar crises institucionais e golpes de Estado. Será preciso ouvir a voz da sociedade civil, dos movimentos sociais e dos cidadãos, para atender às demandas por mais participação e representação.
O Brasil tem potencial para ser um país mais justo, próspero e democrático. Mas isso depende de como vamos escolher nossos governantes e de como vamos fiscalizar e cobrar suas ações. A situação política do Brasil é complexa e desafiadora, mas também é uma oportunidade para repensarmos o nosso modelo de desenvolvimento e o nosso projeto de nação.